Educação inclusiva

Obras de ampliação da Escola Louis Braille são iniciadas

Novos espaços permitirão que a instituição atenda um número maior de usuários; atualmente, além de Pelotas, outros 27 municípios são contemplados

Foto: Italo Santos - especial - DP - Além de contar com 22 salas, projeto contemplará um auditório, sala de artes e laboratório de convivência

Parte das atividades da Associação Escola Louis Braille estão sendo realizadas em novo endereço provisório. Isso porque, esperadas há 16 anos, as obras de ampliação da sede da entidade foram iniciadas na última semana. O projeto de construção de um andar superior com 22 salas possibilitará a ampliação de atendimentos e a qualificação de diversos serviços. Atualmente são 181 alunos e uma demanda reprimida de 59 pessoas. Apesar de as intervenções estarem em andamento, ainda é necessário arrecadar R$ 150 mil para o custeio da mão de obra.

O número 152 da rua Doutor Cassiano será o novo endereço pelos próximos 15 meses para parte dos atendidos da Louis Braille. Cedido pela família Russomanno, o prédio abrigará duas turmas de pessoas com múltiplas deficiências e que necessitam de ambientes calmos para o aprendizado, cenário que seria impossibilitado pelas obras. Já o restante dos alunos continuará na sede, em parte do prédio que não é atingido pela intervenção. “Em torno de 50 estudantes, principalmente crianças”, diz a diretora, Ana Berenice Reis.

A obra
Com 70 anos de existência, a ampliação do espaço físico da Louis Braille é uma meta desde 2007, conforme o presidente da Associação, Dilmar Rodrigues. Com a prestação de serviços de caráter assistencial, educacional, esportivo e de saúde às pessoas com deficiência visual de Pelotas e outros 27 municípios da região sul, o número de usuários aumentou significativamente, tornando o espaço atual limitado para os atendimentos.

A viabilidade do início da intervenção foi possível neste ano após a doação de todos os materiais de construção necessários pela Central Geral do Dízimo Pró-Vida, de São Paulo. Já a partir de emenda parlamentar e de contemplação de recursos privados, a instituição conseguirá custear a mão de obra para a execução da laje da estrutura e outros serviços. No entanto, para concluir o projeto ainda são necessários aproximadamente R$ 150 mil. “O nosso recurso próprio para a mão de obra deverá alcançar os 60% dos trabalhos”, diz. Além de contar com 22 salas, o projeto - que prevê uma construção de 354 metros quadrados - também contemplará um auditório, sala de artes e laboratório de convivência, espaços essenciais para o aprendizado de alunos com múltiplas deficiências.

Para levantar o montante, uma vaquinha foi criada: bit.ly/vakinha-braille. Além disso, doações podem ser realizadas no troco solidário em caixas de estabelecimentos comerciais espalhados pelo município. O presidente destaca ainda que outra maneira de contribuir com a Louis Braille é por meio da destinação de parte da restituição do Imposto de Renda.
Para mais informações sobre como ajudar a instituição, é possível entrar em contato através do telefone (53) 3222-1474.

A importância do serviço na vida dos usuários
Todas as quartas-feiras, Carla Melgarejo, 49 anos, se desloca de Dom Pedrito a Pelotas para frequentar as aulas de informática e participar de outras atividades na Louis Braille. Após perder a visão devido a um glaucoma, há dez anos, a dona de casa começou a frequentar a instituição para aprender a se locomover com bengala. A usuária conta que, graças aos aprendizados da escola, hoje ela consegue morar sozinha e realizar qualquer atividade doméstica, como por exemplo, cozinhar.

“Eu era muito presa e precisava das outras pessoas para sair, estava me incomodando morar com a minha mãe, aí fui morar sozinha. O Braille foi uma das melhores coisas que me aconteceu depois que eu perdi a visão”.

Outro usuário que também está aprendendo a desenvolver sua autonomia após perder a visão é João Vitor Monteiro, 17 anos. Enquanto estava na consulta psicológica, a mãe, Cláudia Monteiro, que aguardava, conta que há um ano todas as terças e sextas-feiras eles vêm de Rio Grande para as consultas e aulas na Louis Braille. “Meu filho tem atendimento de mobilidade e é maravilhoso, tem sido essencial para o desenvolvimento dele.”

A dona de casa conta que João Vitor perdeu a visão após uma série de cirurgias para a retirada de um tumor no cérebro. Desde então, o adolescente estava resistente à adaptação à nova realidade, questão que foi superada na associação. “Ele não aceitava usar bengala, hoje ele consegue fazer tudo sozinho em casa”, destaca. ​

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Escolas de Samba do Grupo Especial fundam Liga própria Anterior

Escolas de Samba do Grupo Especial fundam Liga própria

Cerca de mil brasileiros em Israel e Palestina pediram volta ao Brasil Próximo

Cerca de mil brasileiros em Israel e Palestina pediram volta ao Brasil

Deixe seu comentário